9ª Bienal Internacional de Arquitetura

17/11/2011 08:26

A 9ª Bienal Internacional de Arquitetura (BIA) acontece de 1º de novembro a 4 de dezembro de 2011 no prédio da OCA, pavilhão de exposições projetado por Oscar Niemeyer, localizado no Parque do Ibirapuera, zona sul de São Paulo. Em sua 9ª edição, a BIA tem como tema “Arquitetura para todos – construindo cidadania”.

Serão expostos cerca de 400 projetos realizados em mais de 30 países e de 20 Estados brasileiros em 20 exposições. A OCA receberá também 21 oficinas de projetos e ateliers internacionais, 13 seminários técnicos, 11 fóruns de debate, lançamentos de livro e exibições diárias de filmes no festival Cinema e Arquitetura. Quatorze países terão representações oficiais. A visitação acontece de terça a domingo, das 10h às 22h, e o valor da entrada varia de R$ 5,00 a R$10,00, com gratuidade para crianças menores de 10 anos e idosos. Visitas monitoradas para grupos e escolas podem ser agendadas pelo site www.nonabia.com.br.

Todas as exposições vão oferecer uma leitura panorâmica, acessível a todos os visitantes, e uma leitura detalhada, voltada ao público especializado. “A ideia é que a Bienal seja interessante para arquitetos e também para o público em geral. Queremos mostrar a presença da arquitetura e do urbanismo no dia a dia das pessoas”, explica Valter Caldana, curador da 9ª BIA.

Ocupando novos espaços

Além da OCA, a Bienal estará em unidades do SESC no interior de São Paulo, escolas de arquitetura e estações do Metrô na capital. Até agora, nove escolas de arquitetura – Belas Artes, Escola da Cidade, FAAP, FIAM\FAAM, Mackenzie, Senac, Unicid, UnG, USP – já abriram espaço para exposições e atividades da BIA, o que também acontecerá em unidades do SESC em cinco cidades do interior – Araraquara, Bauru, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e São José dos Campos.

As estações da rede metroviária de São Paulo, exemplos do papel que a arquitetura pode desempenhar na construção de espaços para a cidadania em uma metrópole, também fazem parte da Bienal. Nas estações Sé, República, Tamanduateí e Vila Prudente, os usuários do Metrô encontrarão exposições vinculadas a este meio de transporte e seu impacto na vida das pessoas. As estações Luz, República, Paulista, Pinheiros, Tamanduateí e Vila Prudente foram escolhidas como “espaços de conexão”, exemplos da conectividade gerada pelo Metrô, que vão fazer parte da 9ª Bienal Internacional de Arquitetura.

Pontos específicos da região central da cidade de São Paulo compõe o Roteiro paulistano da 9ª BIA – espaços significativos do ponto de vista do tema da Bienal. Por meio de votação, o público poderá propor locais que mereçam fazer parte deste roteiro, completando a lista de 30 pontos. Outras sugestões de visitação são a escultura Cidade Suspensa, na praça Victor Civita, e o Centro Cultural São Paulo, onde está a exposição Baukultur: A cultura da Construção, tema do pavilhão da Alemanha na Bienal.

Arquitetura pelo mundo

Grandes nomes da arquitetura do Brasil e exterior estarão presentes para palestras conferências e oficinas. A primeira palestra acontece no dia 03 de novembro, no auditório do Ibirapuera, com o premiado arquiteto francês Dominique Perrault. Em 1989, aos 36 anos, Dominique venceu o concurso para a Biblioteca Nacional da França. Este foi o início de uma série de projetos públicos e privados, como o Velódromo e piscina Olímpica de Berlim, a extensão do Tribunal de Justiça Europeu em Luxemburgo, o Centro Olímpico de Tênis em Madrid, o campus da Universidade de Ewha em Seul e a torre Fukoku em Osaka, Japão. A obra de Dominique Perrault como arquiteto está intimamente ligada ao seu papel como urbanista.

A Conferência Magna Urban Age, com o inglês Adam Kaasa, está marcada para o dia 26 de novembro. O programa LSE Cities and Urban Age é uma pesquisa internacional que investiga as cidades do futuro.

Espaço para todos – A Bienal produz conhecimento

Serão realizadas oficinas e ateliers de internacionais de arquitetura, que reúnem arquitetos renomados, jovens profissionais e estudantes na elaboração de projetos dentro do tema da Bienal. A produção das oficinas será exposta diariamente. “Com isso, a Bienal produz e expõe conhecimento na medida em que acontece”, explica Caldana. Como exemplo de oficinas, podemos citar Construindo Cidadania, com participação de representantes da França, Itália, Portugal e Noruega.

As inscrições para as oficinas começam no dia 3 de novembro, pelo site www.nonabia.com.br, e estão abertas para arquitetos e estudantes de arquitetura e urbanismo. As inscrições para os 13 seminários técnicos e 11 fóruns de debates também acontecem pelo site da Bienal e começam na mesma data.

A participação de estudantes poderá ser conferida ainda na exposição Concurso de Ideias para Estudantes de Arquitetura e Urbanismo. Lançado pela curadoria da 9ª Bienal Internacional de Arquitetura, o concurso desafiou estudantes de todo o mundo a criar um projeto de até 10 mil m² para a região central da cidade onde vivem. A proposta do concurso é valorizar a criatividade e motivar a participação de estudantes no debate sobre o papel do arquiteto e urbanista na construção dos espaços do homem e da cidadania.

Mais de 20 exposições

Na Exposição Geral, são 140 projetos, 62 em suportes físicos e 78 em suportes  digitais. Todos relacionados ao tema da Bienal e com ênfase no aspecto didático, voltado para o grande público. “Mais do que uma exposição de conhecimento, será uma exposição geradora de conhecimento”, frisa Valter Caldana. A finalidade é mostrar a produção contemporânea de Arquitetura e Urbanismo, nacional e internacional, promovendo o debate sobre o tema “Arquitetura para todos, construindo cidadania”. Os projetos desta exposição foram selecionados por uma Comissão Internacional composta por 20 arquitetos e urbanistas atuantes em vários campos da profissão.

Algumas exposições digitais foram preparadas pela curadoria da 9ª Bienal Internacional de Arquitetura. Entre elas Memórias, com o trabalho de 50 arquitetos que ajudaram a construir o repertório da arquitetura moderna brasileira, Construção da ideia, com projetos executivos, Arquitetura na mídia, sobre o trabalho de arquitetos e urbanistas que conquistaram destaque nos meios de comunicação e Croquis e Concepção, mostrando os dois extremos do processo criativo do arquiteto.

Empresas, órgãos públicos e ONGs também terão exposições significativas. O Instituto Atlântico, por exemplo, participará com uma exposição centrada no projeto modelo de regularização fundiária desenvolvido no Cantagalo, zona sul no Rio de Janeiro. Já o Governo Federal vai transformar em exposição os projetos Minha Casa Minha Vida, Luz para todos, Praças de Esporte e Cultura e Arquitetura da cidadania, exemplos de arquitetura do pensamento público. As prefeituras de São Paulo, Osasco também estarão presentes com projetos que unem cidadania e qualidade arquitetônica. Em A cidade se projeta – O Concurso de Brasília, o público poderá conhecer outros projetos propostos em 1956 para a capital federal.

Construindo a cidade

Dentro da ideia de envolver arquitetos e público em geral na temática “arquitetura para todos”, a exposição A cidade em movimento merece destaque. O visitante é convidado a criar um espaço urbano usando peças de Lego, numa maquete de 27m² com dois núcleos urbanos. Para o projeto, foram disponibilizadas cerca de 200 mil peças de diversos tamanhos. O público contará com o auxílio de estudantes de arquitetura, que passarão noções de escala, entre outras técnicas. A maquete estará cercada por imagens ao vivo de São Paulo, de outras cidades do mundo e de imagens da própria montagem.

A construção será livre e democrática, a montagem será dinâmica e poderá ser alterada. As intervenções dos participantes irão contribuir para a discussão sobre arquitetura e cidadania proposta para esta edição da BIA. “Queremos que as pessoas entendam o mecanismo de construção de uma cidade”, explica Valter Caldana. “A ideia é mostrar a cidade não como palco inanimado da vida em sociedade, mas como um dos agentes definidores de sua qualidade”, finaliza.

Serviço – 9ª Bienal Internacional de Arquitetura

OCA – Parque do Ibirapuera – SP

De 01 de novembro a 04 de dezembro de 2011

Terça a domingo, das 10:00h às 22:00h

Ingressos R$ 10,00 e R$ 5,00 – crianças até 10 anos não pagam

Visitas monitoradas – grupos e escolas – podem ser agendadas em www.nonabia.com.br

Foto: Casa na Árvore, Rafael Schimidt